A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira a Operação Cifra Oculta, coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio da Delegacia de Polícia (DP) de Esteio, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em extorsão mediante sequestro. O grupo criminoso atua na região metropolitana de Porto Alegre, causando terror e insegurança na população, sobretudo na comunidade colombiana, que vive em Canoas.
Os principais alvos eram cobradores de alguns agiotas que agiam na região do vale do Sinos e metropolitana. Durante a fase operacional da investigação, deflagrada nesta manhã, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão nos municípios de Sapucaia do Sul, Esteio e Torres. Quatro indivíduos foram presos. Também foram apreendidos uma arma de fogo e celulares.
Conforme a Delegada Isadora Gallian, que coordena as ações, as investigações revelaram uma série de crimes violentos praticados pelo grupo, que age com extrema crueldade e planejamento. “O primeiro caso investigado aconteceu em 7 de março deste ano, quando um motoboy, de 32 anos, foi brutalmente sequestrado em Sapucaia do Sul, enquanto realizava uma cobrança na cidade. No crime, a vítima foi agredida e foi mantida acorrentada em um cativeiro. Os criminosos pediram valores de R$ 30 mil a R$ 50 mil para libertá-lo. Depois de efetuar transferências de R$ 2 mil, o motoboy foi liberado”, contou.
No aprofundamento da investigação, foi descoberto que o mesmo grupo criminoso já cometeu diversos outros crimes similares. Um deles ocorreu em 28 de abril deste ano, em Canoas, quando a quadrilha conseguiu extorquir R$ 200 mil de familiares após um sequestro da família inteira de um empresário, incluindo esposa e a filha de 13 anos.
“A investigação revelou ainda que a organização possui uma estrutura bem definida, com divisão clara de funções entre seus membros. Alguns são responsáveis pela abordagem e contenção das vítimas, outros pela vigilância do cativeiro, e há ainda aqueles especializados nas negociações e no recebimento dos valores extorquidos. O grupo demonstra alto grau de planejamento, selecionando previamente vítimas com poder aquisitivo e utilizando tecnologia moderna, como aplicativos de mensagens e transferências eletrônicas, para consumar os crimes”, detalha a Delegada.
Um outro crime investigado aconteceu em 2 de abril de 2025 em Esteio, quando uma vítima, também colombiana, foi atraída para um local, momento em que foi sequestrada, ameaçada e somente liberada após a transferência de R$ 5 mil pela esposa.